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Neuromitos na Aprendizagem - Parte 1: Fazem ou não Fazem Mal?

Pense na seguinte frase:


Só utilizamos 10% do nosso cérebro


Talvez você até acredite nisso. No entanto, esse é um dos neuromitos mais difundidos no mundo. Aliás, parece que a palavra mais querida nas conferências educacionais é o termo, excessivamente repetido, NEUROMITO. Inclusive, já me apresentei em conferências internacionais com essa temática (Espanha, Montenegro, Romênia e Hungria). Mas o que isso significa? E qual é a sua importância para a educação de modo geral ou para o ensino de idiomas de modo particular? Esse é o primeiro de outros artigos que vou compartilhar nas próximas semanas sobre o infame neuromito. Primeiro, vamos às origens.


O termo surgiu lá em 2002, quando foi publicado um relatório intitulado Compreendendo o Cérebro: Rumo a uma Nova Ciência da Aprendizagem pela OCDE. Este relatório reuniu as discussões que ocorreram em três diferentes fóruns internacionais sobre aprendizagem infantil, na adolescência e fase adulta, algum conhecimento essencial sobre neuroanatomia e função cerebral, incluindo neuromitos, bem como sua relação com a educação e contextos educacionais (OCDE, 2002).


Um neuromito é uma afirmação falsa ou uma crença errada e amplamente difundida sobre como o cérebro funciona ou, no caso da educação, como o cérebro aprende. Alguns exemplos discutidos no relatório são a ideia da dominância do hemisfério esquerdo versus direito, a noção de que os humanos usam apenas 10% de seus cérebros e o conceito de que aprender duas línguas ao mesmo tempo é prejudicial para as crianças.


Já escrevi aqui sobre o mito de 10% do cérebro e como ele foi explorado pelo filme Lucy. Só para relembrar, uma das cenas principais mostra o Professor Samuel Norman, interpretado por Morgan Freeman, dando uma palestra e dizendo que os humanos só conseguem acessar 10% do cérebro. O mais interessante é que ele diz que o nosso potencial seria fenomenal se conseguíssemos acessar mais - como fez a Lucy, interpretada pela Scarlett Johansson.

O Professor Samuel Norman deveria saber que essa afirmação absurda é um neuromito e que existem muitos outros populares sendo difundidos em ambientes educacionais ao redor do mundo. Talvez, como diz o meu novo colega e super neurocientista e educador Jared Cooney Horvath, acreditar nesses neuromitos não é a mesma coisa que ser um professor de má qualidade. Ele inclusive escreveu um artigo investigando se a crença em neuromitos pode de fato prejudicar a forma como os professores ensinam. O estudo usou professores premiados internacionalmente e, surpreendentemente, descobriu que tanto os professores premiados quanto os não premiados acreditavam nos mesmos mitos sobre o cérebro, com apenas pequenas diferenças.


Isso sugere que não é correto dizer que acreditar em mitos do cérebro automaticamente torna os professores menos eficazes. Na verdade, a ideia de que esses mitos prejudicam o ensino pode ser, ela mesma, um mito

No entanto, esse estudo precisa ser avaliado criticamente e alguns neuromitos podem levar os professores a decisões mal-informadas quando planejam e dão suas aulas. Esses mitos também podem desviar nossa atenção das coisas que funcionam comprovadamente quando estamos estudando e ensinando.


É importante mencionar que nem todos os mitos da educação têm uma relação direta com afirmações sobre o cérebro. Logo, alguns autores acham que em vez de “neuromitos” talvez devêssemos chamá-los de “edumitos”. Eu até concordo com a diferenciação no caso de “usamos apenas 10% do cérebro” e “lição de casa é o melhor jeito de aprender”. O primeiro claramente diz respeito ao cérebro. O segundo diz respeito à aprendizagem. Mas eu acho que a nomenclatura aqui não importa tanto já que o cérebro é o órgão da aprendizagem e as evidências para os dois vêm da neurociência e da psicologia cognitiva

E aí, André? Faz ou não faz mal acreditar em neuromitos? A ideia dessa série de artigos que se inicia hoje é justamente refletir sobre isso. Mas já adianto o seguinte. Posso estar enganado, no entanto, acho que não seria exagero afirmar que os mitos sobre o cérebro podem ser, de certa maneira, o calcanhar de Aquiles da educação – apesar de eu ter um gatinho com esse nome, só que com a versão mais chique: Achilles. Digo isso porque os profissionais da educação podem ficar vulneráveis às falácias e promessas mirabolantes do mundo do marketing digital. Sabe aquelas afirmações muitas vezes sem pé nem cabeça? Do tipo:


  • o neurocientista X de Harvard afirma que...

  • descobriram uma região secreta no cérebro que...

  • aprenda como uma criança, sem esforço

  • basta pensar em inglês desde a primeira aula

Nem todo mito é tão ruim assim, mas alguns são bastante mitológicos mesmo. Outros são mais plausíveis, só que bem difíceis de testar. Por exemplo, será que você sabia que a teoria dos estilos de aprendizagem já foi desmistificada em diversos estudos? No entanto, a teoria de múltiplas inteligências é difícil de testar então, apesar de muita gente considerar esse conceito um neuromito, alguns dizem que não chega a ser um neuromito completo.


Ficou em choque? Despertei sua curiosidade? Enfim, vamos dar uma olhada nos mitos (neuromitos ou edumitos) mais famosos nos artigos seguintes, porém...


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